Fotografia: Natan Henrique de Faria e Sales
O Aedo
Acariciava o Nada,
E nem o Nada existia.
Na tristeza de outra Estrada
Outra vida encontraria
Na palavra desastrada
Que da boca lhe fugia.
A quimera em mil quebrada
Da Noite escura fez Dia.
A canção acelerada
Em roda ritmada ia.
Não ouviu porém chamada,
Se já nada mais ouvia.
Do bastão fez sua espada
E a quem ouvisse dizia,
Da mentira da jornada
Por que ele se perdia.
Sua voz era forjada
Pelo o que a Musa queria.
E cego em sua passada
A caminhar insistia
Numa busca alucinada
Onde ninguém chegaria:
A definição errada
No erro que a definiria.
Atentada Tradução X: Baudelaire
Há 7 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário