"Teu ato mais sublime é colocar outro em sua frente." William Blake

domingo, 26 de junho de 2011

Fumar

Quase dez minutos de intervalo
para minha consciência.
Trago, espero,
a fumaça para meus pulmões.
Depois espirro o trago por entre os dentes
e me divirto com o baile
que o sopro põe a dançar diante mim.
Então, inevitável a

tosse, tosse, tosse,
tusso, tusso, tusso.

Volta a consciência:
merda de tosse!
merda de cigarro!
merda de pulmões!

Pára. E trago de novo
o fumo para meu peito.
Aquilo foi uma dorzinha?
Do lado esquerdo das costas?
Sim, pode ser do pulmão...

Uma merda!

Tosse, tosse, tosse,
tusso, tusso, tusso.

Tenho que parar com isso.
Jogo fora.

Volta a consciência:
merda de vida!
merda de tédio!
merda de dia!

Culpa dela. Por onde anda?
E algo estoura em meu peito!
Será aquela dorzinha?
A do lado esquerdo das costas?
Não, essa é outra: de novo o coração...

Uma merda!
A outra doía menos
e desta me distraía...

Tudo é mesmo uma grande merda!

Me dá um cigarro?

Um comentário:

L.T. disse...

Não me falta o fumo à boca,
tem me faltado é fogo que o acenda.



Para que saiba que por aqui estive.